Meus olhares vão além de um único universo, passeio por sonhos, desejos, fetiches, sentimentos...olhando o mundo de forma livre...da forma como mulher que sou.
"A partir do momento que você descobre realmente a pessoa que você é, o que falam sobre você já não tem tanta importância assim." Caio F. Abreu

sábado, 28 de julho de 2012

Copo Vazio

Posso me atrever a comparar minha vida com um copo d'água.
O peguei e enchi por diversas vezes, quantas foram necessárias, mas em algumas deixei transbordar e foi ai que me perdi, recuperar o líquido derramado é missão praticamente impossível, por mais que tentemos nunca conseguiremos resgatar todo conteúdo de volta ao copo. Outras vezes, simplesmente não cheguei a enche-lo, o recebi vazio e deixei que assim continuasse ou entreguei em outras mãos esperando que o fizessem por mim, e por mais que se esforçassem para enche-lo por mim nunca conseguiam êxito real, porque o copo era meu, a vida era minha, e cabia apenas a mim mesma fazê-lo, somente por mim tudo o que ali fosse colocado teria sentido e valor verdadeiro, enchendo de verdade meu copo. 
Ficamos por vezes tão focados em coisas pequenas que pegamos nosso copo e nem nos damos conta do que estamos colocando ali ou a quantidade para que o copo não transborde. Quando nos apercebemos já derramou, nos restando limpar, em muitas vezes pegar outro copo e começar tudo novamente. Mas será que isso nos é sempre possível, limpar ou recomeçar? Percebemos que o que caiu foi exatamente todo excesso que colocamos nele, até mesmo o excesso de falta de atenção e importância que demos as coisas valiosas que ali estavam compondo aquele conteúdo.
Todos temos nossos copos, nossas vidas nas mãos, saber sua medida é que faz a maravilhosa roda da vida girar. Um copo nos chega vazio e vamos ali colocando emoções, sentimentos...amor, raiva, alegria, tristeza, sucesso, fracasso, vitória, conquistas, decepções, erros...mas tem um porém, não devemos enche-lo até a boca, devemos sempre deixar uma margem de espaço vazio, para que o conteúdo ali já colocado possa se movimentar sempre que preciso sem que nada se perca, sem que nada caia do lado de fora. É quando muitas vezes nos perdemos, porque sem que percebamos vamos enchendo de forma tal que não sobra nenhum espaço para tremores eventuais sem queda do precioso conteúdo ali depositado, perdemos a noção real do limite, dos nossos objetivos, desviamos criando atalhos, porém o copo não cede a esses atalhos, ele continua enchendo e consequentemente derrama, o que cai se perde, nos perdemos em algum ponto e nem sempre conseguimos outro copo vazio ou teremos como recomeçar a encher o mesmo copo sem sentir a perda do que caiu em algum momento.
Pegue o seu copo vazio e encha-o com tudo o que de fato lhe for importante, real, verdadeiro, não permita que ninguém o faça por você, acredite na sua capacidade de lidar com o seu copo, sua vida. Mas não se esqueça do espaço necessário aos nossos tremores, respeite este espaço, será seu espaço de respiração.

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