Meus olhares vão além de um único universo, passeio por sonhos, desejos, fetiches, sentimentos...olhando o mundo de forma livre...da forma como mulher que sou.
"A partir do momento que você descobre realmente a pessoa que você é, o que falam sobre você já não tem tanta importância assim." Caio F. Abreu

terça-feira, 9 de março de 2010

Submissão



Submissão: ato ou efeito de submeter (-se) (a uma autoridade, a uma lei, etc.); Aceitação de um estado de dependência.

Submisso: Que se submeteu ou se submete, se sujeitou ou se sujeita.

Há algum tempo venho pensando a respeito do assunto a cerca da submissão, procuro em várias fontes encontradas na internet, meios para melhor compreender o termo e como ele é aplicado na vida de quem o prática. Após várias leituras cheguei a uma opinião, que pode não ser a correta e muito menos a mais sensata, mas por hora é a que me vem fazendo trilhar meu caminho dentro do BDSM.

Acho eu, que a submissão esta muito além do pré definido em nossos dicionários, não é tão somente um simples ato de aceitar ser submetido as ordens ou desejos de outrem, ou tornar-se dependente de um Dominante.

Ser submisso esta intrínseco no ser humano, não se cria ou se transforma um ser em submisso, o que ocorre é o estado de não aceitar essa característica em sua personalidade, oculta por “n” motivos de padrões impostos socialmente de comportamentos ditos corretos e saudáveis. A descoberta e aceitação do próprio individuo em sua condição de submisso não o fragiliza, ao contrário lhe fortalece como ser independente e auto-confiante.

A submissão não fragiliza, para se submeter é necessário antes de tudo se conhecer e se respeitar, saber seus limites, seu poder de entrega e renúncia, para se submeter a vontade de outra pessoa significa que antes de tudo você se submeteu ao seu próprio desejo e vontade, que consiste em se realizar satisfazendo a vontade de outro ser. E como isso pode ocorrer se você for um ser frágil que não se reconhece e se respeita?! Estará realmente pronta para abdicar de suas vontades e desejos para a satisfação do outro?! Muitos dias e noites me fiz essas perguntas, busquei minhas respostas, questionei-me de forma objetiva, pois ao aceitar que sou um ser submisso significaria aceitar o meu desejo por deixar-me dominar por outro ser, não por ser fraca e sim por ser tão forte ao ponto de me reconhecer e aceitar minha condição, a condição que me é intrínseca desde minha criação. Não nasci dominante, nasci submissa, essa é minha verdade, é assim que me reconheço e compreendo. Se observarmos a natureza poderemos ver essa situação de forma clara e nítida. Observemos manadas de animais, sempre há os dominantes e os submissos, a mesma coisa ocorre com as plantas, e assim vai, pois esta é a natureza, uma regra que não foi criada nem imposta por nós seres humanos, é uma regra que faz a natureza caminhar de forma correta e tranquila, onde só ocorre o desequilíbrio quando há a interferência das regras humanas.

É claro que ser submissa não significa esquecermos quem somos, ao contrário, faz nos reconhecermos. Uma submissão não é calar-se e subjugar-se cegamente a outro, é saber discernir sobre o que você é capaz, com muita inteligência e clareza. Não devemos nos submeter simplesmente pelo fato de termos uma natureza submissa, isso seria burrice, e nenhum dominante quer dominar alguém que não pense por conta própria, que não tenha decisão e conhecimento de seus limites e necessidades. Um dominante quer acima de tudo alguém com quem ele possa compartilhar seus desejos de forma única e verdadeira, uma dominação se dá porque um submisso permitiu-se ser dominado, entregou-se aos desejos, sonhos e vontades do seu dominante, para juntos compartilharem esse rico ritual de dominação e submissão, de forma intensa e com uma entrega real e completa.

Essa entrega completa, não significa renúncia, deixo claro, a base, a personalidade, essas pertencem a submissa, seu dominante irá apenas moldar essas bases e personalidades para seu maior prazer, e não modifica-las, transforma-las. E é disso que um submisso necessita, de um dominante que a reconheça em sua condição submissa sem anula-la, apenas moldando-a, pois tudo já esta lá dentro dela, esperando ser explorado para evidenciar-se a criatura que na verdade és. Não existem submissos sem dominantes e vice versa, é uma via de mão dupla, onde ambos aceitam e reconhecem seu papel e função dentro da sociedade SM.

Quem acha que ser submissa é tão somente curvar a cabeça a uma ordem e dizer sim a tudo, esta completamente equivocada, ser submissa é antes de mais nada ter opinião própria formada, ter atitude e comportamento, equilíbrio para escolher caminhos e vontade de vencer seus próprios limites e encarar seus medos de frente. Ter em mente que seu dominante irá te conduzir e auxiliar, mas não será ele o responsável por abrir tais caminhos, estes deverão ser abertos por você, caberá a você abri-los e juntamente com seu dominante trilha-lo, entregando a ele o papel do controle. Seu dominante saberá guia-la neste caminho, saberá a melhor forma para que você o siga sem se machucar, mas a responsabilidade é sua na escolha.

Sentar e esperar que alguém dirija nossas vidas, isso não é submissão. Entregamos os caminhos e meios para que o dominante possa juntamente conosco acertar na formação D/s. Temos opiniões e as damos, sabendo e querendo que a palavra final seja sempre de quem domina, porém isso não nos deixa robotizados, é algo que nos faz crescer e entender melhor o quão complexo é essa relação.

Entregar a outro não significa deixar de existir, muito pelo contrário é passar a existir.

Bem essa é minha maneira de pensar sobre o assunto no momento, posso estar errada assim como posso também mais tarde, com mais conhecimento mudar minha opinião.

Um comentário:

Kayane disse...

Olá Linda, obrigada pela visita em meu blog e pelos elogios, não posso deixar de dizer que o teu esta lindooooooo. amei de paixão, desejo te toda sorte do mundo.

beijos em sua alma....