Meus olhares vão além de um único universo, passeio por sonhos, desejos, fetiches, sentimentos...olhando o mundo de forma livre...da forma como mulher que sou.
"A partir do momento que você descobre realmente a pessoa que você é, o que falam sobre você já não tem tanta importância assim." Caio F. Abreu

sábado, 13 de março de 2010

Porque desconstruir?!






Através de uma conversa no MSN cheguei a esse tema e comecei a refletir acerca da construção e desconstrução de uma submissa, agora trago para cá minhas reflexões sobre o assunto, dividindo um pouco de mim com vocês...


Todos sabem que o término de qualquer relação é um momento difícil, delicado para ambas as partes, seja dentro ou fora do SM, sempre será complicado, com várias nuances e períodos.


As relações SM tem um diferencial das outras, sua profundidade, intensidade, doação e entrega. Conhecemos nossos parceiros por inteiro, desvendamos e dividimos os mais íntimos e profundos desejos, compartilhamos sonhos, fantasias, prazer, medos e inseguranças, trocamos confiança mutuamente.


Porém como em qualquer relação exige-se maturidade, talvez até em grau maior do em outras relações, devido a sua intensidade, temos que ser conhecedores dos nossos limites, nossas metas e objetivos a serem alcançados dentro e fora do SM. Dividimos isso com nosso parceiro, esperando e confiando que Ele irá sabiamente nos guiar, conduzir e ensinar a trabalhar cada um de nossos limites, de forma a construir uma mulher completa: fêmea e submissa.


Sim, Ele irá nos auxiliar nesse processo, não fará tudo sozinho, nós temos que querer essa mudança, essa construção, essa moldagem. Nosso parceiro nos construirá sem anular quem de fato somos, nos construirá através de nossas próprias bases, e quando essas bases não estiverem sólidas o suficiente, Ele nos ensinará a solidifica-las.


Com o tempo estaremos transformadas em mulheres verdadeiras, capazes de sermos felizes sem precisar nos esconder de nós mesmas, deixando toda carga de incertezas, dúvidas e inseguranças iniciais para trás. Vislumbramos o mundo então, com outros olhos...os olhos do nosso construtor...e essa mudança faz-se evidente em nossas vidas, tanto no pessoal, como no familiar, profissional e sentimental.


Crescemos e aprendemos a enfrentar nossos desafios sob um ângulo completamente diferente, pois passamos a nos conhecer e aceitar de verdade nossas necessidades, nossos anseios e incertezas. Aprendemos que mulher e submissa não se separam, se completam.


Então se é assim, porque desconstruir?...porque acabar com algo positivo, que só nos acrescentou tanto como mulher e submissa?


Parece-me incoerente...seria uma violência contra nós mesmas...estaríamos matando-nos, anulando-nos novamente juntamente com o fim da relação. Tudo o que havia sido construído ao longo da relação se perderia...esquecido...anulado...


Recomeçar não significa anular-se novamente, apagar o que você foi com o outro, significa um novo começo mais amadurecida e fortalecida, com um conhecimento sobre si muito maior do que tinha antes, seria um acréscimo, relação é um processo evolutivo e não estacionário.


Talvez o que ocorra e alguns confundam, é o desvencilhamento da figura do ex-Dono, e isso não é desconstrução, é um processo natural de rompimento, que ocorre sem aviso prévio, não há como prever o futuro, se a relação vai evoluir e tornar-se sólida ou não, se aquele rompimento é definitivo ou se ainda irão se encontrar no futuro, mais fortes e amadurecidos.


Toda relação acrescenta, não zeramos o marcador a cada nova relação, aprendemos e crescemos com cada uma sempre.


Desligar-se de um Dono é um processo que dói, machuca, mas também fortalece, nos leva a enxergar nosso interior e faz-nos analisar o antes, o durante e o que será o depois. E é assim, de surpresa, sem preparo e nada gradual que as coisas acontecem, essa é a vida de uma submissa, repleta de surpresas, hora agradáveis e fáceis de se lidar, hora não.


Mas, sinceramente não acredito que uma submissa que deixou-se construir a cada dia queira se desconstruir ao fim da relação, não depois de conhecer-se e saber-se capaz de superar limites, quebrar tabus e preconceitos, expandindo isso para limites muito além do SM.


Nos desligamos do Dono, mas nunca em que nos transformamos, do que juntamente com Ele foi construído com paciência, carinho e dedicação de ambas as partes.


Essa é minha opinião, não significa ser a única ou a mais correta, estou aprendendo e crescendo a cada dia, buscando minha construção nesse processo, evoluindo sempre...então é claro que amanhã uma nova visão pode vir a surgir.

4 comentários:

Unknown disse...

simplesmente perfeito

beijos

{rianah}·····Lestat disse...

cristal, a desconstrução é da relação e não da submissa...

beijos

Anônimo disse...

Penso que uma submissa de verdade, não se "desconstrói". Se ela pensar em deixar de ser submissa, é porque nunca foi realmente.

É o que penso.

Beijos de Hägar.

Olhares disse...

Sim Sr Hägar...uma submissa não se desconstrói, o que ela desconstrói é a relação que teve, o que aprendeu de bom e a fez crescer sera levado consigo para sempre. Não há como pensar em deixar de ser submissa, isto esta intrinseco em quem o é.O que se faz é questionar a desconstrução de uma relação e não da submissão.
Mto. obrigada.

Abs., cristal